O FSO Oeiras tem alguns clientes a dinamizar actividades voluntariamente, nomeadamente o Pedro Coelho, a Vanessa Castro, e o Luís Canavilhas, que dinamizaram no ano lectivo passado o Vive Quem Pensa e o GAM, e o Clube da Música, respectivamente. Estas actividades foram sugeridas pelos clientes, o que suscitou um maior empenho e dedicação na dinamização das mesmas.

Desta forma, a presente entrevista foi realizada à cliente Vanessa Castro.

E.: Qual a razão que a levou a querer fazer trabalho de voluntariado?
V.: Em primeiro lugar, porque tenho bastante gosto pela música e também porque é uma forma de ajudar os meus colegas.

E.: Como se sente a dinamizar a actividade?
V.: Por vezes é difícil, pois os colegas tendem a ser muito barulhentos e torna-se complicado dinamizar a actividade, mas apesar desta dificuldade, gosto bastante e sinto-me bem.

E.: Qual a pertinência da sua actividade, o Clube da Música?
V.: Sendo uma actividade relacionada com música,  torna-se importante na medida em que a música nos faz sentir bem e desperta em nós sentimentos e emoções.

E.: Considera que a participação na actividade correspondeu às expectativas?
V.: Não muito, porque mais uma vez o problema do barulho dificulta. No entanto, os colegas são bastante assíduos e participativos.

E.: Gostaría de alterar ou inovar em algum aspecto da actividade?
V.: Primeiramente, gostava que os colegas fossem mais rigorosos no seu comportamento. Em termos de inovação, gostava de utilizar materiais diferentes, como por exemplo, vídeos projectados.

E.: Que actividades sugere para ao próximo ano lectivo?
V.: Uma actividade ligada à informática, cujo objectivo seja aprender a trabalhar com softwares de desenho, animações, entre outras coisas.

Entrevista realizada por Carlos Pereira, Hugo Castro e Tiago Santa Rita.

O isolamento é um fator de risco para o bem-estar. Todo o ser humano precisa de criar laços com outras pessoas e com a sua comunidade para se sentir integrado na sociedade.

Há dois obstáculos fundamentais a uma vida social plena: a) a falta de dinheiro e b) o estigma/discriminação. A falta de dinheiro impede-nos de aceder a oportunidades recreativas, desportivas, culturais ou até de utilizar transportes para participar em eventos gratuitos. O estigma, ou a expectativa de ser discriminado pode reduzir a nossa confiança e ainda, a autoestima. Por exemplo, algo tão simples como conhecer uma nova pessoa, pode talvez ser uma tarefa difícil, na medida em que, tenho que esconder uma parte mim mesmo, com receio da discriminação.

Para obter uma vida social mais plena, propomos um reforço das medidas de apoio social, bem como as medidas de apoio à inserção profissional, de forma a aumentar os recursos económicos. Além disso as campanhas anti estigma, permitirão diminuir atitudes discriminatórias, e consequentemente aumentar a confiança da pessoa com problemas de saúde mental em estabelecer novos laços sociais.

A vida social é um direito concreto de qualquer cidadão, mas nem todos temos iguais circunstâncias e oportunidades de a viver. Assim, para criar uma sociedade mais justa, devemos apoiar medidas que criem igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos
 

Entrevista realizada por: Auto-Representantes do FSO Cascais
 

"Desde 2015, acontecem regularmente encontros sobre Sexualidade e Saúde Mental na ARIA. Participam nesta atividade dos Fóruns de Lisboa e Cascais, pessoas com diagnóstico psiquiátrico de doença mental, seus técnicos de referência e familiares.

O tema da Sexualidade não é, geralmente, tomado como prioritário, relevante ou adequado, no trabalho com pessoas com diagnóstico psiquiátrico. A nossa experiência contraria essa ideia e apresentamos aqui alguns testemunhos de participantes do Fórum de Lisboa que são expressão de vivências que, a nosso ver, merecem atenção." - Ana Oliveira / Psicóloga.

Os nossos testemunhos

“Esta atividade é importante para mim porque permite-me conhecer e compreender mais profundamente a mulher da minha vida, para que ela seja feliz e amada por mim,  pois se ela não se sentir feliz e amada por mim eu não me sinto feliz nem bem comigo. “

“A atividade foi muito útil para mim pois aprendi a conhecer-me melhor, a mim, ao meu namorado e a tudo o resto com o que falámos aqui. Foi importante para passar a ter mais auto e interconhecimento. Adorei estas sessões. Eu era muito envergonhada e com esta atividade fui perdendo a vergonha de falar sobre alguns temas.”

“A atividade foi muito importante para mim para conhecermos melhor os outros e nós próprios. Na minha opinião acho que esta atividade é inesgotável no campo da aprendizagem. Foi fantástica!”

“Foi importante porque consegui falar de temas pessoais que nunca consegui falar com outras pessoas. Agradeço imenso por isso!”

“Para mim a atividade foi importante porque fez-me ver que existe o amor entre duas pessoas e que temos liberdade para amar, odiar, detestar, gostar, etc…Nesta atividade expus a minha vida amorosa, uma coisa que há um ano era impensável, porque pensava como antigamente (1920) devido ao facto de ser introvertido, mas com a atividade e com as conversas do grupo e da doutora fui-me abrindo, fui conquistando confiança e isso tornou-me num homem sem medo de viver. Recomendo a atividade a todos.” (Paulo Covas)

“A atividade foi importante porque (…) é o amor quem dá vida à morte; só ele é um tabu, é dueto e é mistério, é o fim do mundo. (…) Uma causa impossível, é a lenda da história da vida; amor é felicidade, é bom, é possível, faz viver mais tempo para o bem e o mal; amor é super, é como um dinamite que faz o coração bater sempre mais… O amor gosta de gastar tempo é imprevisível e impressionante é apetecível; acho que sem amor não haveria vida; é sonho, é preferível no mundo.” (Lucinda Bate)

“A atividade foi interessante e importante porque serviu para poder falar sobre vários assuntos de temáticas amorosas, sexuais e a nível da saúde. Talvez noutros locais, ou diferentes ambientes, não se tenha essa oportunidade de debater tão abertamente sobre os temas em causa. Talvez alguns colegas meus nunca tenham falado tão abertamente ou à vontade sobre estes temas. As sessões serviram também para dar opiniões, debater e concluir, abrangendo assim um leque vasto de novas ideias. Deu para expor não dúvidas, mas desejos, sentimentos, emoções, fascínios, medos…etc.”

Ao longo do ano, todas as segundas-feiras de manhã fazemos a recolha dos donativos que recebemos, e os quais bastante agradecemos, do Banco Alimentar e do Pingo Doce do Restelo.

Habitualmente os nossos residentes acompanham os monitores na realização desta tarefa que consiste no transporte, distribuição e armazenamento dos produtos que são cedidos, pelas duas residências.

Consideramos importante o envolvimento dos residentes em todo o processo, visto que, são eles os beneficiários dos donativos.

Também participamos nas duas campanhas de recolha de alimentos promovidas pelo Banco Alimentar durante o ano, cedendo a nossa ajuda no transporte dos alimentos dos pontos de recolha para o armazém do Banco Alimentar.
 

Porque o mais importante é darmos sempre o melhor de nós, e é isso que tentamos fazer!