O FSO de Oeiras teve a honra de entrevistar o Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Porto Salvo, Dinis Antunes que, sem hesitar, se disponibilizou para esta causa.

A- Porque razão considera relevante esta proximidade com os Porto Salvenses?

DA - Eu também sou freguês de Porto Salvo! E, ao candidatar-me, assumi com todos os Porto Salvenses a minha inteira dedicação à causa pública, prometendo não frustrar expetativas. O nosso compromisso é trabalhar arduamente, com total dedicação em prol da freguesia. Todos sabemos que as Freguesias estão próximas dos cidadãos pelo que é de extrema importância ouvir as pessoas. Só tendo conhecimento dos seus desejos, ambições, receios e inquietações é possível definir as prioridades para a freguesia. Estar sempre atentos e ao serviço da comunidade, com o único propósito de melhorar a vida quotidiana, dando sempre prioridade às pessoas.

A - Na sua opinião, o que implica uma intervenção direta com a comunidade?

DA - Quando o nosso compromisso é com as pessoas toda a intervenção é feita com e para as pessoas. Não conheço outra forma de intervir numa comunidade. Para que um grupo de pessoas que vive numa unidade territorial se assumir como comunidade tem que compartilhar algo em comum, valores, normas, identidade, interesses. Aquilo que nos diferencia dos outros não pode nem deve ser assumido como obstáculo mas sim como mais valia da comunidade. Uma comunidade em que os indivíduos mantenham relações de proximidade será uma comunidade com possibilidades de conseguir atingir objetivos comuns.

A - Na sua opinião, que estratégias poderiam contribuir para a integração de população mais vulnerável na comunidade?

DA - A integração dos indivíduos numa comunidade é sempre uma estrada de dois sentidos. Quem está desintegrado tem, primeiramente, que desejar ser integrado e na comunidade devem existir estruturas que facilitem a integração. Queremos para Porto Salvo um espaço onde toda a população se sinta integrada, onde todas as gerações encontrem centros de interesse, de convívio e lazer, de informação e formação, de debate e partilha, de participação ativa de todos os Porto Salvenses.

A - Que mais valias reconhece num projeto como o ASAs (Apartamento de Suporte à Autonomia) da ARIA, implementado no Bairro Moinho das Rolas?

DA - Será sem dúvida uma mais valia para a comunidade. O contacto efetivo com outras realidades e culturas será promotor de fatores de integração para uma comunidade que se considera marginalizada.

A - Agradeçemos mais uma vez a sua dedicação! É notório o seu envolvimento com os fregueses. Obrigada!

Desde Janeiro de 2018, que os utentes da RTA têm participado nas actividades de Psicomotricidade dinamizadas pelo monitor José Costa, que, deste modo, dá continuidade ao excelente trabalho realizado, até então, pelo técnico psicomotricista Nelson Amaral.

As actividades têm sido realizadas no Centro Social de Belém, espaço cedido pela Junta de Freguesia de Belém, que, neste gesto de solidariedade, continua promover a justiça social colocando-se ao lado dos mais desfavorecidos.

A pessoa que sofre de doença mental, no seu quotidiano, movimenta-se intencionalmente para superar os obstáculos que decorrem da doença. O papel do psicomotricista é facilitar esse processo de transcendência. Para tal, ele recorre a técnicas de mediação corporal e expressivas para estudar e compensar as condutas motoras inadequadas/desadaptadas que estão a bloquear, no momento, a relação entre o indivíduo consigo próprio e com o mundo que o rodeia.

Na terapia psicomotora (TPM), o corpo e o movimento assumem uma posição central, pois o corpo é o ponto de referência a partir do qual cada um de nós interpreta e age intencionalmente sobre o mundo que o rodeia.

O tempo, o espaço, os objectos não são absolutos (como na física newtoniana), mas sempre relativos ao corpo que os percepciona, processa e representa (tal como nos mostram hoje a Física Quântica e as Neurociências), assim, na TPM o movimento é estudado como comportamento, como resposta adaptativa ao meio, centrando-se na intencionalidade, significação e expressão do movimento enquanto relação inteligível entre a acção/movimento intencional do indivíduo e a situação externa que o desencadeia.

A intervenção psicomotora decorre duma avaliação das competências (áreas fortes) e dificuldades (áreas a melhorar) dos utentes, com o objectivo de ir ao encontro das suas características, necessidades e interesses pessoais.

Deste modo, as sessões têm vindo a alternar entre Actividades de Relaxação e Consciencialização Corporal, que visam o autocontrolo da postura, dos gestos, das emoções, a eliminação/redução das tensões musculares supérfluas, a integração do esquema corporal, etc.,  e Actividades Gnoso-Práxicas, que visam estabelecer uma ligação entre a acção e a sua representação, promovendo a percepção, a representação, a antecipação e o planeamento; a atenção, a memória.

A ARIA, através da parceria com a Redemprega Vale de Alcântara,  participou no lançamento da 2ª  edição do Programa Escola do Impacto, realizado no passado dia 16 de Fevereiro de 2018.

O Programa Escola de Impacto é um Programa de Empreendedorismo e Inovação Social concebido pela Fundação Ageas em parceria com o Impact Hub Lisbon, este programa pretende potenciar a empregabilidade de pessoas em situação de fragilidade social e ajudar este grupo social gerando condições para a sua empregabilidade, através da criação de mais-valias pessoais, técnicas e práticas.

Apresenta-se como um complemento ao trabalho já efetuado pelas instituições de solidariedade social e pretende ser uma opção no momento de escolher um caminho no plano de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade ou exclusão social.