ARIA

NoticiARIA, Outubro 2018

 

"Em Portugal existem, apenas, 24 camas de internamento para psiquiatria de crianças e adolescentes.".

 

Exposição FotograficaMENTE com fotografias de Ana Mestre

Pode visitá-la em Novembro no ISCTE.

Editorial

Caros Amigos

Nesta altura do ano em que se aproximam os tempos mais frios e chuvosos de um Inverno que se espera, a ARIA continuará a todo o vapor o seu trabalho!

Também a formalização de candidaturas a novos projectos e a preparação do plano acção e orçamento para 2019, nos ocupa a mente neste momento.

 

Até breve

Direcção

Saúde mental ? Porquê cuidar?

Porque… 1 em cada 5 portugueses sofre de um problema de saúde mental.

Porque… em apenas 6 anos (2011-2017) o número de portugueses com depressão aumentou 43%
Actualmente, Portugal é o segundo país da Europa com maior prevalência de doenças mentais na população (com um valor quase idêntico ao da Irlanda do Norte, que ocupa o primeiro lugar) e quase metade dos cidadãos (43%) já teve uma perturbação mental durante a sua vida. Em 2016, as perturbações depressivas eram a terceira principal doença causadora de morbilidade em Portugal nas mulheres, e a quarta nos homens, contribuindo para cerca de 70% dos de 1.000 suicídios (3 por dia) em Portugal. A perturbação de ansiedade afecta cerca de meio milhão de portugueses (4,9% da população).

Porque… em 2016 foram prescritas cerca de 30 milhões de embalagens de psicofármacos, em concreto 29.631.192 de embalagens de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, antipsicóticos e antidepressivos, sendo este o dobro do número registado em 2013.

Porque… os portugueses gastaram mais de 250 mil euros por dia em antidepressivos.
Registou-se um aumento de 112% de embalagens prescritas de antidepressivos, assim como um crescimento de 68% da dose diária definida.

Porque… não queremos que contribua para o aumento destes números deixamos algumas dicas dos utentes do FAS para cuidar da sua saúde mental:

“Para ter uma boa saúde mental…


Seja optimista

Deverá dormir pelo menos 8 horas

Deverá ter coragem de enfrentar os problemas do dia a dia

Faça desporto

Faça meditação

Melhore a sua qualidade de vida

Arranje uma atividade na sua opinião interessante para se manter ocupado

Vá passear à beira-mar e ouça o bater das ondas

Esteja em contacto com a natureza

Mantenha-se ocupado a nível laboral

Faça uma alimentação saudável

Faça passeios e distraia-se

Deve praticar yoga

Faça exercícios que puxem pela mente

Cultive um bom leque de sadias anedotas para cultivar o seu bom humor

 

Ver de outro ângulo...

Muitas vezes em consulta me interrogo “Quantos dos sintomas verbalizados não se confundem com tédio, solidão e sensação de inutilidade?” “Como se poderiam fortalecer as suas potencialidades?”

A experiência no FSO de Lisboa fez-me constatar o que já suspeitava: estas pessoas são muito mais do que a sua doença!

Posso agora assegurar que um fácies aparentemente desligado e maldisposto esconde uma capacidade de empatia admirável, que atrás da timidez se esconde uma grande noção de ritmo e capacidade de criar belas representações, e que a sensação de gratificação pela obra feita é o maior impulsionador para fazer mais e melhor. Mas isto não se vê à primeira! E talvez isso justifique a dificuldade de integração em contextos “regulares”, em que se exigem respostas rápidas e resultados ótimos.

A realidade pode ser difícil, agigantada pelas vulnerabilidades de cada um, aliados à falta de iniciativa e défices cognitivos caraterísticos de algumas doenças. Por isso mesmo, projetos como este são essenciais para a criação de oportunidades iguais para situações desiguais. Aqui promove-se a saúde mental em todas as suas vertentes.

Exploram-se competências, moldam-se fragilidades, promove-se o empowerment. Promove-se a Pessoa. É um percurso longo, de esforço e perseveração, é certo, mas... haverá outra maneira de um maratonista alcançar a meta que não seja treinando intensamente?
 

Por: Sofia Domingues, médica interna de Psiquiatria

As nossas notícias! E não só!
III Cerimónia dos FSO O.S.C.A.R?s

No passado dia 21 de setembro, o FSO Oeiras teve a honra de realizar a III Cerimónia de reconhecimento público das conquistas alcançadas  pelos utentes, contributos e colaboração dados pelos familiares e parceiros sociais no período de 2017-2018.

Esta iniciativa agraciou todos os que nos ajudaram a cumprir a nossa missão ao longo do ano apoiando-nos na criação de Oportunidades, na concretização dos Sonhos das pessoas que apoiamos, contribuindo para a Capacitação de todos os envolvidos, potenciando a Autonomia e a Recuperação Pessoal de pessoas com experiência de doença mental.

 

Após a entrega dos prémios um dos nossos clientes - Tiago Santa Rita, que recebeu o prémio DivertadaMente foi entrevistado pelo seu colega Carlos Vaz: 

 

- Qual é a importância que o FSO O.S.C.A.R’s tem para si?

Foi interessante porque nunca sonhei receber um prémio e a categoria na qual fui nomeado surpreendeu-me porque nunca me vi propriamente como um humorista ou algo relacionado com isso.

 

- Porque é que gosta de fazer rir os outros?

Não o faço conscientemente e às vezes tem a ver com o meu estado de espirito.

 

- Para o ano gostava de receber outro O.S.C.A.R?

Sim se for adequado a mim, sim!

 

- Tem algum plano no futuro de ser humorista ou de fazer stand-up comedy?

É uma hipótese.

 

O treino de atividades de vida diária na residência de treino de autonomia

O treino de Atividades de Vida Diária (AVD’s) constitui uma das principais áreas de intervenção na Residência de Treino de Autonomia (RTA).

A sua importância no âmbito da reabilitação psicossocial prende-se essencialmente com a promoção de autonomia nos seguintes domínios: higiene e cuidados pessoais, tarefas domésticas, planeamento e confeção de refeições, gestão do dinheiro, gestão de tempo, cuidados de saúde e gestão da medicação.

Na RTA, a intervenção nos referidos domínios divide-se em duas componentes: teórica e prática. A teórica tem uma frequência semanal e é realizada numa atividade de grupo e a prática decorre diariamente e é realizada numa intervenção mais individualizada.

A intervenção contempla a avaliação das competências chave em cada domínio seguindo-se o treino de competências com programação gradual das responsabilidades a assumir. São utilizadas estratégias individualizadas com cada utente (diferenciação pedagógica) tais como:

• Orientação verbal; Descoberta guiada; Solução de problemas; Demonstração; Análise de tarefas; Assistência Física e Brailling.

O tipo de apoio prestado é igualmente adaptado às necessidades do utente podendo ser intermitente, limitado ou extensivo. Em cada domínio é avaliada a iniciativa, autonomia e proficiência observadas no desempenho do utente na realização das tarefas.

A melhoria do desempenho nesta área é fulcral, pois promove competências básicas que constituem a matriz para o desenvolvimento de outras competências mais complexas que, por sua vez, permitem o desenvolvimento do  potencial máximo para a viver na comunidade de forma mais autónoma e independente.

A ARIA em Casa

Com a missão de ajudar pessoas com problema de saúde mental a adquirir recursos necessários à sua Reabilitação Psicossocial e Integração Social, a ARIA abraçou o Projeto- Piloto da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados da Saúde Mental (RNCCISM), como Unidade Prestadora de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental, através da Equipa de Apoio Domiciliário (EAD) - ARIA em Casa.

 

Celebrado em regime de contrato-programa com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP e o Instituto da Segurança Social, IP, entrou em vigor em julho de 2017.

 

Este projeto tem como objetivos maximizar a autonomia do apoiado; reforçar a sua rede de suporte social; melhorar a sua integração social; prevenir internamentos hospitalares e admissões em unidades residenciais e sócio-ocupacionais; sinalizar e encaminhar situações de descompensação para os serviços locais de saúde mental; apoiar a participação das famílias e outros cuidadores na prestação de cuidados, no domicílio próprio, familiar ou equiparado.

 

A sua intervenção conta com uma Equipa Multidisciplinar composta por Assistente Social, Enfermeiro com especialidade em Saúde Mental e Psiquiatria, Psicólogo, Técnico de Reabilitação Psicossocial e Ajudante de Ação Direta, desenvolvendo a sua ação de acordo com o Programa Individual de Intervenção, definido com o utente.

 

Pertencendo esta Unidade à RNCCISM, são apenas admitidos utentes referenciados pelo Serviço Local de Saúde Mental (SLSM), Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) ou Instituição Psiquiátrica.

 

Como balanço desta Resposta Social, a EAD considera como positivo o trabalho desenvolvido com os utentes apoiados, verificando-se na sua maioria o aumento da sua autonomização.

 

Contudo, tem sentido alguns constrangimentos quanto ao desenvolvimento e crescimento, constatando-se poucas referenciações de utentes, associadas ao desconhecimento dos Parceiros sobre esta resposta e aos procedimentos burocráticos e extensos para referenciação de candidatos.

 

Como estratégia, a EAD tem apostado em Ações de Divulgação e esclarecimentos, sendo que para mais informações estão disponíveis os contactos: ariaemcasa.ead@gmail.com/ 915 682 796.

 


Projecto: "As férias que merecemos"

Este ano no âmbito do Programa Nacional de Financiamento a Projetos pelo INR, I.P. em 2018,  o grupo da Formação Profissional e ARIAJardins realizou o seu passeio anual, de 27 a 30 de Setembro, ao Algarve!

 

Foram 4 dias cheios de actividades: Visita ao Badoca Park, dia passado a aproveitar as diversões do Zoormarine, Visita à estação Arqueológica Cerro da Vila, Praia, Piscina e muito convívio!

 

A boa disposição foi uma constante e ingrediente fundamental para o sucesso desta iniciativa!

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FICHA TÉCNICA

Textos elaborados nas várias respostas sociais da ARIA 

Ás vezes segue-se o acordo ortogáfico, outras vezes não!

Edição: Carla Silva

Periodicidade: Trimestral

Propriedade: ARIA
 

CONTACTOS

Morada: Praça de Goa, Nº 4    1400-184 Lisboa

Email:  aria.sede@gmail.com 

Telefone: 21 364 10 99 / 21 366 01 64

 

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